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MISTURADOR AZDEN DE ALTA QUALIDADE A BAIXO CUSTO

O KINO-DOC esteve recentemente nos Estados Unidos da América. Um produto que se destaca no mercado americano no âmbito do vídeo “low budget” é o “portable field mixer” (mesa de mistura de som portátil) FMX-22 da japonesa Azden. Trata-se de um misturador com uma qualidade excelente que devido a questões burocráticas ligadas às regras internacionais de importação é praticamente inexistente no mercado europeu desde o seu surgimento há já alguns anos.

Leve (apenas 670 g), com o preço rondando os 300 dólares (menos de € 250), possuindo duas entradas XLR para microfones, cujos sons podemos misturar, e uma pré-amplificação de excelente qualidade que permite gravações nos típicos gravadores de áudio económicos utilizados pelos videastas contemporâneos (como o Tascam DR-40 ou o Zoom H4n) sem a característica estática (ou sopro, ruído próprio de aparelho), visto a tipologia do seu circuito ser semelhante aos misturadores Azden de gama alta, bastando para isso ligar os micros ao misturador e este ao gravador.

Desde que o KINO-DOC iniciou as suas aulas, há 5 anos atrás, tivemos a preocupação de acompanhar a revolução provocada no domínio do vídeo pelas câmaras DSLR com soluções de gravação sonora de qualidade. Por essa altura, fomos aconselhar-nos com Joaquim Pinto, distinto cineasta e sumidade de som no espectro audiovisual em Portugal, sobre as melhores possibilidades tecnológicas economicamente acessíveis. Nesse tempo, em vez de gravadores, ainda se lidava com adaptadores para cabos profissionais de som XLR, como os da Juicedlink, que rondavam os € 400 e mesas de mistura da Sound Devices a 800 e tal euros. Entretanto, chegaram os gravadores digitais portáteis, outra revolução no vídeo, que ainda hoje são o paradigma da captação de som no universo DSLR/M.

A recente Blackmagic Pocket Cinema Camera 4K, câmara de mão com ligação XLR (característica de câmaras de vídeo profissionais), que assim supostamente dispensa gravador de som, não entusiasma. A saber, no passado os lançamentos da Blackmagic despertavam-nos bastante interesse, contudo, a seu tempo foi-se percebendo lacunas no que diz respeito a esta marca, como assistência técnica bastante fraca, mau funcionamento de baterias e sobreaquecimento de câmaras que, afectando a leitura da luz pelos sensores, tem como consequência variações de cor aberrantes e de difícil correcção em pós-produção.

Regressando ao Azden FMX-22, enquanto não for possível adquirir o misturador preparado para a corrente eléctrica europeia, algo que, como foi-nos referido, está a ser tratado, pode-se encomendar o modelo japonês/americano para a voltagem de 110 V mas será necessário adquirir um transformador para o podermos ligar à corrente dos europeus 220 V.

Outra opção para conseguir-se gravações de som sem o leve ruído estático de um Tascam DR-40 (podemos diminui-lo utilizando um micro com pilha e alimentando o gravador por “power bank”), será adquirir também da Tascam o DR-100 MKIII, que possui pré-amplificadores de alta definição HDDA e já se encontra abaixo dos € 400. Porém, o som tratado por um misturador como o Azden FMX-22 é inigualável e a durabilidade do DR-100 MKIII não parece ser tão boa como a do clássico DR-40, que é uma máquina fantástica adquirida por apenas cento e tal euros.

Para quem quer qualidade profissional mas não pode gastar muito, o DR-40 ou o Zoom H4n são excelentes opções, uma vez que a estática que produzem pode ser facilmente removida em pós-produção, receita que ensinamos e que tantas vezes é aplicada pelos nossos alunos nos seus trabalhos.